Em 1978...

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E o Brasil ?


(Imagem 9/4)

Brasileiros comemoram o terceiro lugar no Mundial da Argentina, em 1978


O técnico Claudio Coutinho ficou famoso por uma série de termos que passaram a frequentar os cadernos de esportes dos jornais brasileiros quando ele assumiu o cargo de técnico da Seleção Brasileira. Muita gente fazia troça do seu “ponto futuro” ou da capacidade de seus laterais de fazerem o “overlapping”, mas ninguém deixou de ver uma considerável dose de razão quando, depois dos constrangedores 6 x 0 da Argentina sobre o Peru, o treinador declarou que a disputa de 3º lugar entre Brasil e Itália seria “a final moral” da Copa. O que significa dizer, já que o Brasil venceu por 2 x 1 e acabou a Copa invicto, que éramos os “campeões morais” do Mundial que teve o campeão mais imoral da história.
Não é que a Seleção Brasileira fosse exatamente encantadora. O time teve problemas para se classificar nas Eliminatórias e, incrivelmente, a rixa entre São Paulo e Rio de Janeiro parecia ainda significar alguma coisa: Coutinho enfrentava uma resistência tremenda entre os paulistas, algo que ficou mais claro do que nunca num amistoso entre Brasil e Seleção Paulista em 1977, quando o técnico escutou uma das maiores vaias da história do Morumbi depois do empate em 1 x 1.
O time chegou à Argentina algo titubeante, estreando com um empate em 1 x 1 contra a Suécia, seguido de um 0 x 0 contra os espanhóis que só não virou derrota de 1 x 0 por causa de uma bola salva em cima da linha pelo zagueiro Amaral, que se tornaria famosa durante anos. Com sua primeira vitória, 1 x 0 sobre a Áustria, o Brasil se classificou na segunda posição e foi para a segunda fase de grupos ao lado de Argentina, Polônia e Peru.
Foi aí que a equipe realizou suas melhores partidas: vitórias sobre peruanos e austríacos e um vigoroso empate em 0 x 0 contra os argentinos em Rosário. No final, com 2 x 1 sobre a Itália na decisão do 3º lugar – dia do golaço do lateral-direito Nelinho – a Seleção selou uma campanha boa, apesar de pouco convencional. Claudio Coutinho descobriu a melhor escalação ao longo do torneio e utilizou 17 dos 22 jogadores disponíveis, sendo que apenas quatro – Leão, Oscar, Amaral e Batista – foram titulares do começo ao fim. De todos modos, parece que foi o suficiente para conquistar a condição de campeão. Moral, em todo caso.